1 de dezembro de 2011

SER MINIMALISTA


Nada mais apropriado do que inaugurar o blog com este Tema:

Ser minimalista é...


...ter cada vez menos para ter cada vez mais.


Minimalismo: a arte de identificar o essencial

A vida da maioria das pessoas atualmente mostra-se extremamente atribulada. É muita coisa para fazer e muito pouco tempo para fazer tudo. Parece que os dias já não dão mais conta da quantidade de afazeres e era preciso que cada um tivesse 48 horas para que ficássemos satisfeitos.
O resultado é estresse, infelicidade, problemas de saúde, dívidas e dezenas de outros problemas.

Será que tem que ser assim? Será que precisamos passar nossas vidas trabalhando para comprar coisas de que na verdade não precisamos só para agradar outras pessoas enquanto nós mesmos vamos ficando infelizes?

Começam a surgir movimentos que param para pensar no estilo de vida que estamos levando nesse comecinho de século XXI. Um deles é o movimento minimalista – que na verdade existe há muito tempo, mas agora vem ganhando mais força.

O minimalismo prega que você deve ter menos, consumir menos, fazer menos coisas. Assim, terá tempo para o que realmente importa na vida: divertir-se, ficar com os amigos e familiares, cuidar da própria saúde.

Muita gente rejeita essa ideia por acreditar que uma vida minimalista é uma vida sem graça, sem nada o que fazer. Mas o objetivo é justamente o contrário. É criar tempo e espaço para fazermos o essencial.

O lema dos minimalistas é: identifique o essencial, livre-se do restante.

Isso pode ser aplicado no seu trabalho, na sua casa, na sua alimentação, na sua rotina de uma maneira geral. Que tal começar?






Texto de Vladimir Campos:

Há algum tempo venho tentando adotar práticas minimalistas, mas essa atitude ficou mais evidente na minha vida a partir da redução do custo de armazenamento digital.

Quando o mundo começou a se digitalizar com a migração da música do vinil para o CD notei que um dia seria possível armazenar e organizar minha vida quase toda em um computador.
Confesso que não imaginei que seria assim tão rápido, mas imaginei sim que um dia iria acontecer.

Outro fato ocorrido mais tarde foi uma frase de um amigo. Durante uma fase da minha vida tive que realizar várias mudanças e em um dado momento uma caixa permaneceu fechada durante duas mudanças. Esse amigo percebeu isso e me disse: “se não deu falta de nada do que está guardado lá dentro durante todo esse tempo, pode jogar a caixa fora sem abrir”. Apesar da coerência da afirmação, não tive essa coragem – porém ao abrir a caixa e verificar o que estava lá dentro, joguei fora 80% do conteúdo.

Teve início nesse dia (algo como uns seis anos atrás) um longo processo que ainda não terminou, mas que já me levou a estágios que pensei serem muito difíceis de alcançar. Os que acompanham esse meu relato digital de cada dia sabem que em um dado momento transferi todas as minhas músicas de CDs para o iTunes. Não abri mão dos CDs imediatamente, mas uns dois anos depois doei toda coleção para amigos. E ela não era pequena!

Todos os documentos que tenho estão no Evernote e os que não precisam ser armazenados em meio físico são imediatamente descartados. Não é exagero dizer que esse aplicativo é hoje meu segundo cérebro. Há aqui no blog inúmeros artigos citando a ferramenta. Também não é exagero algum dizer que o Evernote contribui muito para minha saga em busca do minimalismo.

Com relação à parte do mundo que não pode ser digitalizada, aplico também minhas técnicas minimalistas. Tenho pares de calçados e roupas suficientes para cada ocasião. Nada além disso! Nada de excesso e o que não estou usando por algum tempo, vai embora como o conteúdo da caixa que ficou quase um ano lacrada no meu apartamento. No caso de roupas ganho sempre de presente de familiares no Natal, ano novo, dia dos pais etc. e estou constantemente realizando doações das que ficam sem uso por algum tempo.

Pense naquelas roupas que estão no fundo da sua gaveta e que você nunca chega a usar pois as de cima são lavadas e passadas a tempo de encher novamente a gaveta. Em tese elas nem existem para você. Ou seja, não precisam estar ali ocupando espaço.


Poderia ficar aqui listando minhas ações em prol do menos, mas esse tema está por toda internet, como por exemplo nos blogs Cult of Less e mnmlist. Gosto muito de ambos e apesar do que já atingi com ajuda deles, ainda acho que falta muito.

Esse final de semana percebi que era tempo para mais uma rodada de desapego e comecei a vasculhar os poucos espaços da casa ocupados com coisas minhas e lá se foi mais um emaranhado de itens para o lixo, doação e reciclagem. E não vou parar. Quando começo a me desfazer das coisas, parece que cai sobre mim uma onda que continua a me levar. Portanto, nos próximos dias a “eliminação” continuará.

Alguns me perguntam qual a razão disso. Os mais próximos e que me conhecem bem, sabem que não pode ser algo místico ou supersticioso. E por mais que eu pense nos outros e procure sempre fazer o melhor para o mundo, não é esta também a razão. Em realidade meus motivos são bastante egoístas e individualistas. Penso que quanto menos eu tiver, menos dor de cabeça o “ter” me trará.

Vamos a um exemplo simples e que todos entenderão. Carro traz comodidade? Sim, de fato. Porém em conjunto temos que lidar com o congestionamento, vagas para estacionar, seguro, prestações, limpeza, acidentes, multas, etc. Para meu atual trabalho – e creio que para grande maioria de nós! – é um bem indispensável, mas tenho sim um projeto de muito longo prazo em que minha vida se fará sem carro.

Pense em tudo que você tem e comece a medir a dor de cabeça comparada com os benefícios. Quando os transtornos são maiores que os benefícios é chegada a hora de abrir mão daquilo.

Outra vantagem do “menos” é a organização e a facilidade de administrar as coisas. Eu tenho um mapa mental e natural de onde quase tudo que eu tenho está. Isso facilita demais a minha vida. Quando preciso de algo, simplesmente vou direto ao ponto e quando preciso guardar, é algo tão fácil que já se tornou automático nos meus processos.

Gosto também da ideia de conservação e valor dado a cada item. Pense que parte de seu trabalho foi despendido para comprar aquele item, portanto ele precisa ter um valor para você. Ele, afinal, representa parte do tempo que você deixou de estar com sua família, de ler um bom livro, de ir ao cinema, de se cuidar, etc. Portanto, se tenho poucos bens a tendência é que eu cuide melhor deles e que eles durem mais. Ou seja, no fim, estou dando mais valor ao meu próprio tempo. Isso vale para tudo: roupas, canetas, bonés, computadores, mochilas, sapatos, etc.

Falemos mais sobre tempo. Não tenho mais TV a cabo. Tivemos por muito tempo, mas confesso – honestamente! – que tudo que ela me propiciava eram mais canais para mudar. Não foram poucas as vezes que me peguei rodando os canais num loop idiota e irracional em lugar de estar fazendo algo divertido com a família ou mesmo lendo um bom livro.
Não estou pregando que a TV é algo maléfico. Eu gosto de TV! Mas há formas mais sadias que lidar com a TV. Filmes da locadora, ir ao cinema, comprar no iTunes seus seriados favoritos (os favoritos de verdade e não o que te obrigam a ver!), e assim por diante.

Há várias iniciativas minimalistas divulgadas na internet: das mais simples e artísticas às mais radicais. Não meu caso não significa abrir mão de tudo! E em realidade cada um precisa fazer suas próprias medidas do que é mais benéfico que problemático. Ou vice-versa. Faço isso constantemente e me desfaço das coisas à medida que posso. Porém não estou aqui conclamando ninguém para uma revolução. Cada um sabe como ser feliz. Assim espero!

O que eu sei é que apesar de mais de 10 mil fotos no meu iPhoto, consigo sempre ver várias diariamente flutuando no meu protetor de tela do Mac ou nos sincronismos de listas inteligentes do iPad e iPhone. Sei que guardo excelentes lembranças dos lugares maravilhosos que vejo ao redor do mundo com dinheiro que poupo com meu minimalismo. Sei que posso concretizar projetos maravilhosos com meus familiares. Sei que tenho ficado mais leve mentalmente a cada dia. Em resumo, menos peso com preocupações excessivas.

Em outras palavras, espero cada vez mais ter cada vez menos para ter cada vez mais. [Webinsider]

 
Fonte: http://webinsider.uol.com.br/2011/05/19/ser-minimalista/

Sobre o autor

Vladimir CamposVladimir Campos (blog@vladimircampos.com) é especialista em telecom, com experiência em aplicações móveis e soluções integradas, atua ainda como consultor, facilitador e palestrante e mantém um blog.



 O QUE É MINIMALISMO?


Uma maneira de definir o minimalismo é dizendo que ele rejeita tudo que é supérfluo. 

Existe minimalismo nas artes plásticas, na música, na arquitetura, no design, e em mais onde sua criatividade permitir.

O minimalismo utiliza um mínimo de recursos na composição das obras:
  • A música minimalista economizava notas musicais; 
  • A pintura economizava cores;
  • A literatura suprimia palavras.  
Na arte visual, reduzir elementos numa imagem é consequência de muito esforço.
É uma arte pura, sem misturas e em constante busca da sofisticação.
 É fácil identificar um trabalho minimalista. Seu visual é limpo, reduzido aos menores pacotes de sua constituição. Constantemente é geométrico. Por ser tão reducionista, é complicado querer aplicá-lo numa função ilustrativa, como a capa de um livro. Para passar a mensagem que o conteúdo literário da obra em questão exige, o artista ou designer precisa achar a forma perfeita, porque é a partir dela que se fará a função.





Arquitetura e decoração minimalista


Arquitetura e decoração minimalista. As formas são simples e refinadas.
A construção é limpa e sem excessos. As cores são neutras.
Os materiais e acabamentos são modernos. As peças têm design assinado.
Os móveis e adornos são poucos, somente o necessário.












Um comentário:

  1. Sempre procurei ser assim, mas tenho falhado com esta minha proposta já faz um tempo! Acumular coisas e mais coisas, não é válido apenas para os sentimentos e conhecimentos, mas parece ser uma coisa que acaba acontecendo na vida! :P

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